Canil de border collie é investigado por maus-tratos a 87 cães

borders_canil_1O canil Bocainas Border de Campinas (SP), especializado na raça border collie, será investigado por maus-tratos de animais segundo confirmou a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Três ONGs da cidade retiraram 87 cães do local. A ação começou na sexta-feira, dia 12 de fevereiro e levou três dias para acabar. Uma fêmea está internada em estado grave e permanece em uma clínica. Outros cinco cães tiveram alta nesta última terça-feira, dia 16. O proprietário do canil diz que vai entrar com uma ação para requerer os animais de volta.

toppApós uma denúncia anônima, as ONGs ‘Focinho Abandonado’, ‘Anjos da Rua’ e ‘Amor de Bicho’ de Campinas se uniram para retirar os cães do canil localizado no distrito de Joaquim Egídio. Após o registro de um boletim de ocorrência no 12º DP e com o apoio da Guarda Municipal da cidade, as ONGs entraram no local com o consentimento do caseiro do canil

“Era sujo, tinha mosca, papel picado, visualmente a situação do local chocou todo mundo. O cheiro era fortíssimo e cães estavam visivelmente estressados. Eles ficavam em meio a fezes e urina”, disse Aline Suppo de Oliveira, uma das gestoras da ONG ‘Focinho Abandonado’.

“Todos vieram com carrapato, pulga e verme. Ao todo nós internamos seis animais e uma vai permanecer internada e está em estado grave. Ela está com uma infecção que não sabemos de onde vem, está pesando 7 quilos e deveria ter 15 quilos, e não sabemos se ela vai sobreviver”, disse Aline que confirmou que outros oito animais têm problemas de fígado.

Uma border está pesando 7 quilos e deveria ter 15 quilos, e não sabemos se ela vai sobreviver

Aline Suppo Oliveira, ONG Focinho Abandonado

O proprietário confirma que tem um número elevado de animais, mas não tinha o conhecimento dos animais doentes.

“Realmente não sabia que tinham cinco cães com diarreia e fiquei extremamente chateado. Se eu soubesse, mesmo estando em São Paulo, teria mandado um veterinário lá para socorrer. Tenho que diminuir meus bichos mesmo, mas os outros todos estão normais”, disse o proprietário do canil Candido Coelho.

A ONG vai entrar com uma ação contra o proprietário do canil. “Vamos fazer um catálogo com foto, laudo veterinário de cada um e exame anexo e entrar com uma ação contra ele, antes que ele entre com uma ação contra a gente. Até agora a gente não teve nenhuma informação do responsável”, disse Aline Suppo.

“Sem dúvida eu vou tomar alguma ação judicial, este é um sonho que eu construí desde que eu nasci, desde que conheci os border collies em 1996. Esta é minha paixão”, disse o proprietário que já planeja doar alguns animais após castrá-los.

Este é um sonho que eu construí desde que conheci os border collies em 1996. Esta é minha paixão

Candido Coelho, proprietário do canil

“Gosto da genética, sou apaixonado pelos cães. Uma coisa eu concordo, eu tenho mais cães do que eu deveria ter e acho que exagerei no número. Vou pedir os animais de volta, vou castrar e doar alguns como já fiz em dezembro e janeiro. Vou ficar com pelos menos 25 cães”, disse Candido.

A Guarda Municipal de Campinas informou em nota que foi acionada para acompanhar a denúncia. “No local, diversas espécies foram encontradas, sendo que as condições foram analisadas tecnicamente por uma médica veterinária (…). Importante ressaltar que a entrada dos voluntários no espaço foi autorizada pelo zelador do local”, disse a GM em nota.

SSP confirma inquérito
Em nota a Polícia Civil confirmou a investigação do caso. Além dos cachorros, no boletim registrado ainda são citados outros animais como 300 ovelhas e 50 minipôneis. “A SSP informa que foi instaurado inquérito policial no 12º DP de Campinas para investigar o crime de maus-tratos a animais. O local foi periciado e foram colhidos depoimento de envolvidos no caso. Os animais estão sob a proteção de ONGs da área. Se a tutela desses animais for solicitada durante o inquérito, a decisão caberá à Justiça”, disse a Secretaria de Segurança Pública.

A perícia, para confirmar os maus-tratos, tem o prazo de 30 dias para emitir o laudo, que deve ser anexado no inquérito policial aberto no 12º DP.

G1

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