Cães que mataram homem são avaliados para adoção
Os cães que mataram um homem na quinta-feira, dia 12, em São Paulo, estão sendo avaliados para saber se deverão ser colocados para adoção, informou a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Sáude (SMS). A vítima, o comerciante Itamir Fogaça da Silva, de 45 anos, foi morto na casa da mãe dele, na Zona Norte.
De acordo com a pasta, cinco dos sete animais envolvidos no ataque estão sob cuidados de veterinários do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Eles aguardam para esta semana o resultado dos exames para saber se os cães estão saudáveis e se podem seguir para a adoção.
A mãe de Itamir tinha sete cães em casa. Um deles foi morto por um policial militar no dia do ataque, pois estava mordendo a vítima, e outro teve de ser sacrificado. Segundo a pasta, este segundo animal estava “extremamente magro, desidratado e debilitado, além de possuir ferimentos em estado avançado de necrose”.
Apesar de os cachorros terem se envolvido em uma ação violenta, com morte, até o momento não há restrições para adoção. Funcionários relatam que eles são dóceis.
Segundo a SMS e a Polícia Civil, que está concluindo o inquérito sobre a morte de Itamir, os cães não são agressivos e só atacaram a vítima porque estavam há mais de uma semana sem comer ou beber água.
Nesse período, a aposentada Marlene Vieira Cocco, de 82 anos, dona dos animais, estava morta dentro da residência, na Vila Maria. Aparentemente, a morte foi por causas naturais.
Como Itamir estava havia vários dias sem notícias da mãe, decidiu ir até a casa dela e pular o muro para ver o que havia acontecido. Foi quando ocorreu o ataque.
“Os cães também são vítimas. A dona deles morreu, eles ficaram sem se alimentar por longos dias, ficaram estressados e com fome. E quando viram uma pessoa pular o muro, atacaram em grupo para defender o território”, disse nesta terça-feira (17) ao G1 o delegado José Antonio do Nascimento, titular do 90º Distrito Policial (Parque Novo Mundo).
O ataque
Na semana passada, a Polícia Militar (PM) foi acionada por vizinhos que ouviram os gritos de socorro de Itamir. Um PM atirou numa cadela, que mordia a cabeça do comerciante, e a matou. Outra cachorra, sofreu eutanásia no CCZ, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. De acordo com a pasta, o cão foi morto “conforme previsto na legislação, uma vez que o apresentava-se extremamente magro, desidratado e debilitado, além de possuir ferimentos em estado avançado de necrose e miíase extensa.”
Nesta semana, a investigação policial recebeu fotos de voluntários do CCZ cuidando dos cães que atacaram e mataram o comerciante. “As fotos fazem parte do inquérito e mostram que os animais são dóceis, tanto que as mulheres até beijam eles”, afirmou o delegado. “Se eles não estiverem doentes, não vejo restrições para não levá-los a adoção”, disse Nascimento.
Isolamento
De acordo com a SMS, os cinco cães estão isolados dos demais animais, passando por avaliações para saber quantos deles deverão ser levados à adoção. Se forem considerados saudáveis, os cachorros seguirão para o canil do CCZ, onde poderão ser adotados.
Os interessados terão de passar por uma entrevista para saber se a personalidade deles é condizente com a dos cães.
Os funcionários do CCZ são instruídos a contar a história sobre como cada animal chegou ao canil para adoção. Segundo a secretaria, atualmente, cerca de 400 cães e 100 gatos ocupam o espaço a espera de um dono. Até a publicação desta reportagem não havia informação de interessados nos cinco cães envolvidos na morte do comerciante.
Centro de Controle de Zoonoses (CCZ)
Canil onde estão cães e gatos para adoação
ENDEREÇO: Rua Santa Eulália, 86, em Santana, na Zona Norte de São Paulo
FUNCIONAMENTO: Segunda a sexta-feira, das 9h às 17h; sábado, das 9h às 15h
TELEFONE: 3397-8900
OBSERVAÇÕES: Qualquer interessado em adotar um cão (exceto os citados na reportagem, que ainda passam por avaliação) precisam levar coleira, caixa de transporte de animais, RG, CPF e comprovante de residência.
TAXA: R$ 18,50 para retirar animal com registro geral
Retirado G1