Polícia resgata 367 pit bulls usados para rinha
Investigadores federais e estatais resgataram 367 pit bulls e 10 pessoas foram presas no Sudeste dos Estados Unidos, no que se acredita ser a segunda maior batida policial em rinhas de cães na história dos EUA.
Os suspeitos foram acusados de 30 crimes na sexta-feira, por manterem alegadamente uma rede de rinhas de cães entre 2009 e 2013. Eles foram acusados de promover e patrocinar rinhas de cães, de posse e venda de cães envolvidos em rinhas, assim como por formação de quadrilha, de acordo com uma declaração do Procurador do Distrito Médio do Alabama, George Beck.
Quando os policiais executaram os 11 mandados de busca no Alabama e dois na Geórgia, descobriram 367 pit bulls que pareciam ter participado de várias rinhas, como também armas, drogas ilegais e medicamentos utilizados para treinar e tratar dos cães. Algumas das propriedades continham restos de animais mortos que tinham aparentemente brigado.
“Eu acredito que se Dante (Alighieri) estivesse vivo hoje e reescrevesse o “Inferno”, os piores lugares no inferno estariam reservados para aqueles que cometem crueldade para com nossos animais e para com nossos filhos”, disse Beck em uma entrevista coletiva na segunda-feira.
De acordo com Beck, os suspeitos apostavam entre US$ 5.000 e US$ 200.000 por briga de cães. As autoridades apreenderam mais de US$ 500.000 arrecadados com as rinhas. Dez suspeitos foram presos – sete do Alabama, um da Geórgia, um do Texas e outro do Mississippi.
A Sociedade Americana de Prevenção à Crueldade Contra os Animais (ASPCA) e a Sociedade Humana dos Estados Unidos (HSUS) ajudaram a recolher os cães, auxiliando na sua remoção e no transporte para abrigos de emergência temporários em locais não revelados, de acordo com uma declaração da ASPCA.
Um grande número de cães estava magro e fraco, de acordo com o comunicado. A maioria dos 114 cães encontrados em um quintal foi amarrada a pesadas correntes no exterior, sob mais de 30°C de calor e sem acesso à água potável ou comida. Muitos foram abrigados em casas improvisadas de plástico, metal e restos de madeira.
As prisões resultaram de uma investigação de três anos iniciada pelo Departamento de Polícia de Auburn, no Alabama. Se condenados, os suspeitos podem pegar até cinco anos de prisão, além de multas e indenização. Segundo a agência de notícias Associated Press, os advogados nomeados pelo tribunal para defender os suspeitos disseram que pretendem alegar inocência na quarta-feira perante o juiz.
“Estamos comprometidos com a erradicação das rinhas de cães em cada canto sombrio onde elas aparecem”, disse Wayne Pacelle, presidente e executivo da HSUS em um comunicado. “Esta série de batidas policiais lembra cada promotor de rinha que eles não estão acima da lei e que seu dia de acerto de contas virá.”
A rinha de cães é considerada um crime em todos os 50 estados e no Distrito de Columbia. No início deste ano, o ‘Ato de Proibição ao Espectador de Rinhas de Animais’ foi reintroduzido no Congresso. O projeto de lei tornaria um crime federal assistir rinhas organizadas de animais e imporia multas adicionais para quem levasse um menor a um evento como esse. O ato está com uma comissão desde abril.
Em julho de 2009, as autoridades executaram a maior repressão contra rinhas de cães na história dos EUA, resultando no resgate de mais de 500 cães e mais de 100 prisões em uma batida policial em oito estados, abrangendo Missouri, Illinois, Iowa, Texas, Oklahoma, Arkansas, Nebraska e Mississippi.