OAB denuncia homem que queimou cão à políca
“Leo” dormia em uma calçada ao relento, sem cobertas, sem comida e sozinho, quando foi acordado de forma dolorosa: com um balde de água quente no corpo, jogado pelo morador de uma residência incomodado com a presença do cão em sua porta.
O caso aconteceu em fevereiro, na cidade de Rio Largo, em Alagoas. O animal teve 60% do corpo queimado e foi socorrido alguns dias depois pela ONG Resgatei, que protocolou uma denúncia na Comissão de Bem Estar Animal da OAB/AL.
Nesta quarta-feira, 09, a empresária Flávia Lemos, representante da ONG, usou as redes sociais para cobrar punição para o responsável pela crueldade. Ela contou que parentes do agressor – identificado por testemunhas – procuraram a instituição para doar uma pomada, um shampoo e quatro pequenos pacotes de gazes.
Flávia disse que, mais de duas semanas após o resgate, o acusado ainda não pagou os custos do animal com remédios e atendimento veterinário, nem compareceu à OAB para dar explicações. “Graças a pessoas de bom coração e que confiam no meu trabalho na proteção animal, eu venho conseguindo alimentar e medicar o mesmo”, desabafou ela, que é proprietária do pet shop onde Leo foi acolhido.
A representante da ONG disse confiar no empenho da presidente da Comissão da OAB, Rosana Jambo, e esperar que o caso sirva de exemplo “para outros covardes que tentarem agredir um inocente”. “E não me venham falar que ele (o agressor) está profundamente arrependido. Arrependimento não paga conta e não diminui a dor do animal. Eu sei toda dor que ele sente durante esses dias”, desabafou.
Boletim de Ocorrência
Em entrevista ao CadaMinuto, Rosana Jambo disse que o Boletim de Ocorrência será registrado até amanhã. “Estávamos aguardando alguns documentos, arquivos com fotos, matérias veiculadas na imprensa, prints de redes sociais e laudo de veterinário para apresentar a queixa”, afirmou, explicando que o acusado deve ser convocado à delegacia.
A advogada contou também que o homem foi chamado para uma audiência na Comissão, mas não compareceu. “Isso demonstra total falta de arrependimento. Se, com isso, ele queria se eximir da responsabilidade, só conseguirá agravar a situação”, finalizou.
O agressor deve responder por maus-tratos a animal doméstico. A pena varia de prisão de três meses a um ano, além de multas e prestação de serviços à comunidade.