Dono da ‘Abcg Tutucão’ precisa de ajuda

1_2Há seis anos, o técnico de computadores Benedito Marcondes, de 70 anos, mais conhecido como Bene, foi para Pedro de Toledo, interior de São Paulo, localizado na região de Itanhaém, descansar. Quando chegou, viu uma situação desesperadora. Dezenas de animais abandonados na região, vários vítimas de maus-tratos. Assim, nasceu o Abcg Tutucão.

De acordo com Bene, a criação da entidade foi uma reivindicação da própria Prefeitura. “Eu e minha esposa viemos morar aqui para descansar na nossa velhice. Quando chegamos, percebemos o descaso com os animais e resolvemos fazer alguma coisa. Começamos a oferecer os serviços em 2012. Eu procurei ONGs de outras cidades para nos ajudar e também a Prefeitura, que pediu que nós criássemos a Associação”, conta.

Após a criação da Abcg Tutucão, a Prefeitura formulou um projeto de lei pedindo que fosse repassada verba para ajudar o casal e enviou à Câmara. O projeto foi aprovado e sancionado em seguida, mas nada foi recebido até o momento. “Passei um ano tomando ‘chá de cadeira’ deles (Prefeitura). Sempre diziam que iam resolver e nada. Eu fico em uma situação chata, porque tudo foi divulgado no jornal, então a população me encontra na rua e cobra”, explica.

Para protestar contra o descaso da Prefeitura do município em muitos setores, especialmente no cuidado com os animais, Bene adotou um novo acessório. Há algumas semanas, ele usa um nariz de palhaço sempre que precisa sair de casa.

Ele decidiu tomar tal atitude quando percebeu que não receberia do poder público o auxílio que havia sido prometido. Ele e a esposa cuidam e oferecem serviços de castração e vacinação a cães e gatos, e não recebem apoio algum do município. Porém, o Bene é mencionado pela Prefeitura como sendo o responsável por este setor na cidade.

Atualmente, o casal acolhe 190 cães e gatos doentes. Eles são preparados para a adoção, mas ele afirma que as condições oferecidas por quem quer adotar um animal são inadequadas. “Aqui não existe essa cultura. As pessoas procuram animais para vigiar as casas. Colocam o bicho preso na coleira, com água e comida, e deixam lá. É um absurdo”, lembra. Bene menciona a vontade de realizar um trabalho de conscientização com a população local. “Queremos ensinar as pessoas, mas precisamos da ajuda da Prefeitura. Não quero dinheiro, quero apoio”, pede.

Estrutura
O município de Pedro de Toledo não conta com um setor de Zoonoses. São moradores, como Benedito Marcondes, que realizam os serviços. Segundo ele, a Prefeitura solicitou ainda um alvará para o funcionamento de um canil, mas o técnico foi orientado a não obter o documento. “Não quero que o meu serviço seja público, porque qualquer um poderá deixar cães e gatos na porta da minha casa. O que a gente faz é só por amor aos animais”, define.

As informações foram retiradas do portal G1/Santos. A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Pedro de Toledo, mas não recebeu nenhum retorno.

Hoje, a entrevista com Bene foi ao ar no Jornal da Tribuna. Para assistir, clique na imagem.

bene
Para assistir à reportagem, CLIQUE AQUI

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