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Cães sabem o que os donos sentem, diz pesquisa

imagesdogA Universidade de Glasgow, na Grã-Bretanha, fez uma descoberta inovadora e brilhante: os cães sabem o que os donos estão sentindo. Quando nós, humanos, escutamos uma voz conhecida, imediatamente a imagem da pessoa vêm a sua cabeça, mesmo que você não a veja. E a partir do tom da fala, rapidamente você sabe se está a pessoa está triste ou feliz. Tudo isso é possível porque o cérebro humano possui uma área de processamento de voz.

Agora os cientistas, por meio de exames de ressonância magnética em um grupo de cães, descobriram que os cérebros dos cachorros também têm áreas dedicadas ao processamento da voz. A descoberta ajuda a explicar como os caninos podem entrar em sintonia com os sentimentos dos seus donos.

Um grupo de cientistas da Academia Húngara de Ciência na universidade de Eötvös Lorándo, em Budapeste, já havia demonstrado anteriormente que os humanos distinguem rapidamente um latido feliz de um triste dos cachorros. Segundo a pesquisa, cães e humanos compartilham um ambiente social similar, e, já que é assim, por quê os cães também não tirariam alguma informação social a partir da voz humana?

Para descobrir, os cientistas húngaros decidiram realizar uma ressonância magnética do cérebro canino para ver como ele processa diferentes tipos de sons, incluindo vozes, latidos e ruídos naturais. No caso dos humanos, a área de processamento de voz é ativada quando ouvimos outras pessoas falarem e nos ajuda a reconhecer a identidade de quem está falando e captar o conteúdo emocional da sua voz. Se os cães tivessem áreas de processamento de voz, isso significaria que essa capacidade não está limitada e humanos e outros primatas.

Assim, a equipe treinou 11 cães a se deitarem e se manter quietos num exame de ressonância magnética do cérebro deles, ao mesmo tempo colocando fones de ouvido para eles ouvirem os sons e proteger seus ouvidos. O scanner captou imagens da atividade cerebral dos cães enquanto ouviam cerca de 200 sons humanos e caninos, como gemidos, gritos, latidos de alegria e risadas. Os cientistas em seguida examinaram os cérebros de 22 humanos ouvindo o mesmo conjunto de sons. Tanto cães, como humanos, estavam despertos durante o exame.

Cães no Centro de Pesquisa MR, em Budapest. Foto: Divulgação

As imagens revelaram que os cérebros dos cães têm áreas de processamento de voz que funciona da mesma maneira que no cérebro humano. Como essas áreas de processamento de voz são encontradas em locais similares do cérebro de cães e de humanos, os cientistas sugerem que provavelmente elas evoluíram pelo menos há 100 milhões de anos, quando humanos e cães compartilharam um ancestral comum, um insetívoro. De fato, alguns acham que as áreas do cérebro que processam sons vocais pode ser descobertas em mais espécies.

Quando essas áreas foram descobertas pela primeira vez nos humanos, a ideia era que eram especiais e de algum modo ligadas especificamente à evolução da linguagem. Os exames também revelam semelhanças surpreendentes na maneira como os cérebros humano e canino processam sons emocionalmente carregados. Sons de alegria, como a risada de uma criança, fizeram o córtex auditivo primário de ambas as espécies ilumina mais do que no caso de sons desagradáveis, como a tosse cavernosa de um homem.

Mas existem diferenças também. Os pesquisadores descobriram que no caso dos cães, 48% das regiões auditivas do cérebro respondem de maneira mais intensa aos sons do ambiente, como o ruído do motor de um carro, do que a vozes. Nos humanos, ao contrário, apenas 3% das regiões do cérebro sensíveis ao som iluminam mais no caso de sons não vocais. Isto mostra o que fortemente sintonizado o córtex auditivo humano está com sons vocais. No caso dos cães é mais heterogêneo.

Informação: Estadão

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