Ativistas farão manifestação no Gonzaga contra Codevida
Um grupo formado por ativistas ambientais e defensores da vida animal de Santos anunciou ontem que fará, dentro de 15 dias, um protesto na Praça das Bandeiras, no Gonzaga, contra a má atuação da Coordenadoria de Defesa da Vida Animal (Codevida), órgão municipal, subordinado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Segundo conta, a Codevida não vem cumprindo sua função e diminuiu substancialmente o atendimento – recolhimento, alimentação, vacinação, castração e outros procedimentos veterinários – no Município.
Paralelamente ao descontentamento dos protetores, o Diário apurou que existe uma denúncia na Promotoria Pública de Santos, protocolada no último dia 29, apontando inúmeros problemas, entre eles, má utilização de um castramóvel – esse último já foi objeto de reportagem.
A insatisfação vem sendo encabeçada pelos protetores Maurício Coppio Gomes, Eloina Gomes e Cristina Cury Toledo, que ontem estiveram na Redação detalhando, por exemplo, o não atendimento de chamados e nem recolhimento de animais acidentados, embora exista verba destinada para uma atuação mais eficaz. O restrito horário de expediente do órgão também é alvo de reclamação.
“De quatro, passou a ter só dois veterinários, sendo há concursados a serem chamados. Isso está afetando principalmente o serviço de castração que, por sua vez, contribui para o aumento do número de gatos na Cidade. Somente no Cemitério do Paquetá, são 90. Nós, protetores independentes, é que temos que estar recolhendo os animais e levando para castrar em clínicas particulares. Outro dia não tinha luva descartável na Codevida”, afirma Coppio.
Eloina explica que a questão é de saúde pública. Ela revela que há dezenas de gatos reunidos em diversos pontos do Município, até no Hospital Guilherme Álvaro. “É preciso recolher os animais porque está na lei. Quando o ex-prefeito Oswaldo Justo colocou gatos na praia para acabar com os ratos, todo mundo reclamou por conta de doenças das fezes dos animais. Agora, ninguém fala mais nada e pode tudo. Estamos repletos de acumuladores de animais e o poder público não se manifesta”, dispara.
Cristina Cury também reclama que não adianta ligar para a Codevida, pois denúncias de cachorros e cavalos vítimas de maus tratos não são averiguadas. “Você liga hoje e ninguém atende. Vários animais já foram atropelados e morreram no trilho do VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos). Outro dia, um cachorro permaneceu três dias amarrado em um poste na Alemoa, debaixo de chuva. Ligamos e disseram que não é obrigação da Codevida”, revela.
Horário
Os protetores salientaram que outro problema, já alertado pelo vereador Benedito Furtado (PSB), é o horário de funcionamento do órgão, somente até às 16h30. Segundo explicam, o horário teria que no mínimo ser até às 22 horas e ter plantonistas nos finais de semana.
Os ativistas também lembraram da falta de atenção com relação aos animais do Aquário e Orquidário. “Na temporada, tem fila para entrar nesses equipamentos. Ou seja, os recursos entram para a manutenção e alimentação dos animais”, afirma Eloina.
Castramóvel
Eles levantaram ainda uma questão denunciada por um morador da Zona Noroeste em abril deste ano que, segundo eles, ainda perdura: um dos dois castramóveis, por estar sem insumos e com especificações técnicas insuficientes, não estaria sendo aproveitado de forma satisfatória. Ele está há meses estacionado ao lado da porta do Horto Municipal.
Prefeitura
A Codevida informa que sua estratégia de atuação é de controle populacional e de bem estar animal e que incentiva a guarda responsável e o cuidado com a segurança alimentar e saúde dos animais.
Segundo revela, abriga atualmente cerca de 250 cães e gatos e precisa que a população auxilie nas campanhas de adoção para que estes animais ganhem um novo lar. Ainda explica que houve uma substituição de parte da equipe de veterinários por profissionais chamados entre os primeiros classificados em concurso público. Destes, três novos veterinários já tomaram posse e mais um é aguardado, o que permitirá a ampliação para sete.
Também já está em fase de conclusão uma parceria com uma universidade para ampliar o atendimento dos castramóveis, uma parceria sem custos para a Prefeitura que irá facilitar novos atendimentos. Atualmente são realizadas cerca de 300 castrações e atendimentos mensalmente.
Nos últimos dois anos, os equipamentos receberam investimentos e estão em funcionamento, finaliza, revelando parcerias com o terceiro setor e com ONGs.
Retirado: Diário do Litoral