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Ballu, o cão desaparecido no Guarujá

Somos parecidos?

Era uma vez, no Guarujá, um cachorro preto e peludo de três anos, chamado Ballu. Eu e o Ballu somos frutos de cães que possuem o tal pedigree, ele tem o pai da raça boder collie e eu também. Mas ao contrário de mim, o Ballu é um cão “tiquim”. Ele é um “tiquim” de um, um “tiquim” do outro, e por isso, nunca lhe falta nem amor e nem carinho.

Ele tem um tutor de nome Marcio desde que nasceu. Esse peludo tem tanta sorte! Ele mora em uma imobiliária com a sua mãe, a Menina, uma cadelinha resgatada das ruas. Além dessa companhia canina, ele convive com vários humanos legais. Vira e mexe, o Ballu ganha cafuné de alguém, e ele adora. O Ballu também nunca fica mais do que algumas horas sozinho. Nunca passa sede, fome ou frio.

Mas a vidinha dele estava prestes a mudar.

De tão bem tratado que ele é. Antes do último Natal e Ano Novo, o Ballu e Menina foram levados para tomar um banhão em um pet shop na praia de Pintangueiras. Ele estava lindo com uma bela gravata natalina, com todos os seus pelos pretos compridos e lisos esvoaçando e ele tinha um cheirinho de perfume infantil. Era para ser um dia habitual.

Medroso, ele saiu se arrastando do pet, quando ia entrar no carro que o levaria cheiroso para a imobiliária a cadela Menina escapou da coleira. O funcionário que faria o serviço de motorista dos cães se assustou e tentou agarrar a cadela. O coitado do Ballu ficou com tanto medo que fugiu em disparada. Com guia e coleira se arrastando pela calçada. Correndo, ele virou a esquina.

A Menina voltou para dentro do pet. Os funcionários estavam assustados. Precisavam avisar o dono que o Ballu havia fugido. Assim que o telefone da imobiliária tocou, Marcio deu alguns outros telefonemas. Em menos de quinze minutos, todos os colaboradores da empresa estavam na rua procurando pelo Ballu. A última notícia que tinham, era que o cão havia sido visto nas localidades do pet shop.

Como era véspera das festas, o resgate de Ballu se tornou ainda mais complicado. Menos pessoas nas redes sociais, menos pessoas preocupadas em prestar atenção em nós, cães. E por causa das circunstâncias o Ballu perambulou uma noite inteirinha. Sem água, sem ração, sem cafuné.

Caminhou, caminhou, caminhou…

Ele se distanciou algumas quadras do pet shop e por sorte um senhor que gosta muito de animais cruzou o caminho do Ballu. Como Ballu é muito dócil e estava bonito e bem cuidado o homem o levou até a sua casa, na praia da Enseada. Lá, o Ballu bebeu água, comeu comida e recebeu carinho.

Ele estava assustado e não entendia onde estava e nem o que havia acontecido. Sentia saudades de casa, da Menina, do Marcio e de todos os outros humanos com quem ele dividia a imobiliária.

Enquanto isso, várias faixas foram penduradas com a foto do Ballu pela cidade do Guarujá. O pet shop providenciou assim que ele fugiu. Havia um outdoor logo na chegada da balsa, para todos que entrassem na cidade soubessem que ali existia um cachorro de nome Ballu que estava perdido.

Foi quando eu fiquei sabendo da história do Ballu. Muitas pessoas me falaram que eu parecia muito o cachorro perdido no Guarujá. Somos parecidos mesmo, o que nos diferencia é a cor, ele preto e eu marrom.

Como o senhor pouco saia de casa, o Ballu passou alguns dias convivendo com a família que o acolheu. Depois de uma semana que o Ballu estava desaparecido, o homem saiu de casa para comprar alguma coisa, foi quando ele viu a faixa com a foto do cão que ele havia achado. Ligou para o número e marcou um encontro para a devolução.

Ballu encontrou a sua família por intermédio da divulgação do seu desaparecimento. Nas redes sociais a foto do Ballu foi compartilhada milhares de vezes, nós do 6 Patas também divulgamos. Uma funcionária da imobiliária, a Bianca, depois ter conhecido o trabalho de algumas protetoras independentes do Guarujá também decidiu ajudar. Ela criou uma página no Facebook com a intenção de divulgar fotos de cães que como o Ballu se perderam de suas famílias.

Caso você tenha ou conheça algum caso de cachorro desaparecido, entre em contato com a gente. Nós do 6 Patas e Ballu ajuda animais perdidos na Baixada Santista vamos ajudar o máximo que pudermos.

E não deixem de continuar acompanhando o Diário de um cão. Não se esqueçam que a ordem cronológica da história é de cima para baixo.

Até a segunda.

Lambidas.

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