Ativistas se reúnem em frente ao Instituto Royal
Desde o dia 12 de outubro, último sábado, ativistas do grupo Frente de Libertação Animal estão acampado em frente do Instituto Royal, que é uma organização dedicada ao desenvolvimento tecnológico e de inovação com forte atuação na área de medicamentos, mas também que utiliza cães da raça beagle em testes para a indústria farmacêutica, de cosméticos, aditivos de alimentos, substâncias destinadas à higienização, desinfecção ou desinfestação domiciliar, entre outras coisas. No dia 22 de setembro um “comboio” saiu da avenida Paulista, no centro da capital, e percorreu 70 km até São Roque, onde se encontrou com ativistas locais para protestar.
O grupo de proteção animal Humane Society International (HSI) enviou um relatório ao Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) pedindo a proibição no território nacional dos testes em animais para cosméticos. O CONCEA, uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, irá debater o relatório na sua reunião plenária nos dias 23 e 24 de Outubro. A organização HSI está pedindo ao CONCEA para que tome medidas para pôr fim aos experimentos que causam sofrimento aos animais.
Helder Constantino, Gerente da Campanha da HSI Liberte-se da Crueldade, relata: “Nós esperamos que os membros do CONCEA analisem cuidadosamente o teor moral e científico do nosso pleito para uma proibição. A maioria dos brasileiros se opõe a estes testes ultrapassados e já está na hora do Brasil confinar estes testes aos livros de Historia.”
Assista a campanha do Liberte-se da Crueldade.
Os testes em animais para cosméticos são antiéticos porque causam dor aos animais para o consumo de produtos não essenciais. O relatório fornece evidências que mostram que empresas de cosméticos não precisam testar seus produtos ou ingredientes em animais para inovar. Na realidade, um número crescente de países – os 28 Estados-Membros da União Europeia, assim como Israel e Índia – já baniram os testes em animais para cosméticos. Empresas livres de crueldade associam os testes sem animais já disponíveis, que fornecem resultados mais previsíveis do que os testes que fazem uso de animais, com ingredientes existentes que têm uma longa história de uso em cosméticos.
No Brasil, os coelhos ainda são largamente utilizados em testes de irritação ocular e cutânea para produtos de consumo. Coelhos, porcos da índia, ratos e camundongos, passam por sofrimento incalculável em nome da indústria da beleza. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) tem em sua diretriz até mesmo um teste que se utiliza de substâncias químicas na genitália dos coelhos e, esse mesmo teste já foi abandonado amplamente em vários lugares. Desenvolvido na década de 1940, os testes de irritação ocular e cutânea consistem em segurar o corpo do coelho em uma posição na qual não possam se mover para que os produtos químicos sejam pingados nos olhos ou colocados na pele raspada. Estes testes não são confiáveis, bem como extremamente desagradáveis, causando vermelhidão nos olhos, inchaço, úlceras, cegueira ou rachaduras na pele e sangramento. Ao contrário dos humanos, os coelhos não têm dutos lacrimais e desta forma, eles não podem expelir estas substâncias nocivas para fora dos olhos.
Liberte-se da Crueldade Brasil faz parte da maior campanha mundial para acabar com os testes em animais para cosméticos. No Brasil, os grupos de defesa dos animais ARCA Brasil, ProAnima e o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal são parceiros da Liberte-se da Crueldade.
Assista ao documentário brasileiro produzido pelo Instituto Nina Rosa sobre experimentação em animais e suas consequências para os próprios animais, para o homem, para a educação e para o mercado.
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