Instituto Royal X Teste em animais

instituto royal 1Manifestantes de diversas ONGs de proteção aos animais foram ontem (22) a São Roque, interior de São Paulo, para protestar contra o Instituto Royal, que é uma organização dedicada ao desenvolvimento tecnológico e de inovação com forte atuação na área de medicamentos, mas também que utiliza cães da raça beagle em testes para a indústria farmacêutica, de cosméticos, aditivos de alimentos, dominissanitários (termo utilizado para substâncias destinadas à higienização, desinfecção ou desinfestação domiciliar), entre outras coisas. O “comboio” saiu da avenida Paulista, no centro da capital, e percorreu 70 km até São Roque, onde se encontrou com ativistas locais.

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Os cães são usados em pesquisas. O objetivo é verificar a existência de possíveis reações adversas, como vômito, diarreia, perda de coordenação e até convulsões. Em muitas das pesquisas, os cães acabam sacrificados antes mesmo de completarem um ano, para que se possa avaliar os efeitos dos remédios nos órgãos dos bichos.

No ano passado, o Ministério Público recebeu uma denúncia dizendo que ocorrem maus-tratos no local. O Instituto Royal, alvo da manifestação, passou a ser investigado pelo Ministério Público de São Paulo. Ao menos 66 beagles são mantidos em canis. A maior parte deles é reprodutora dos filhotes que serão testados.

QUESTÃO POLÊMICA

O uso de cães em pesquisas é permitido e regulado por normas internacionais. Protetores de animais, no entanto, questionam as normas. “As indústrias sequestram a vida dos animais, que nunca mais terão um comportamento normal”, diz Vanice Teixeira Orlandi, presidente da União Internacional Protetora dos Animais.

Segundo o vice-diretor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, Francisco Javier Hernandez Blazquez, os cães da raça beagle são os mais utilizados para experimentos no exterior, pois são animais de médio porte e já criados para a pesquisa.

No Brasil, ratos e camundongos são os bichos mais usados em pesquisas feitas em laboratórios.

OUTRO LADO

O instituto Royal diz que segue todos os protocolos nacionais e internacionais voltados para pesquisas com animais em laboratórios.

Eles afirmam que são uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e que recebem verba de instituições públicas de fomento à pesquisa. O protocolo dos testes é aprovado por essas instituições antes de os estudos começarem.

O instituto diz ainda que os testes só são feitos nos cães depois de serem realizados em roedores. Por isso, os efeitos adversos apresentados nos beagles não são agudos. Eles também afirmam que sempre que a reação ao medicamento é constatada, um dos nove veterinários do local intervém.

A etapa da pesquisa em cães é a última antes de o medicamento passar a ser testado em voluntários humanos, de acordo com o Royal, que afirmou que os testes realizados nos cães não podem ser substituídos por técnicas in vitro (sem o uso de animais).

Segundo, reportagem da Folha de S.Paulo, que visitou o local há um ano, os cães são divididos em baias que contêm de três a quatro animais cada. O local estava limpo e climatizado no momento. “Alguns beagles aparentavam estar assustados, tremiam e se afastavam ao verem as pessoas por perto. Outros se aproximavam da grade em busca de carinho. Muitos deles estavam obesos.”

Confira também a análise de Reinaldo José Lopes, editor de ‘Ciências+Saúde’ na Folha de S.Paulo. Clique AQUI.

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