‘Era uma quadrilha organizada para causar intenso sofrimento a esses animais’, diz delegado

A rinha estourada em Mairiporã (SP) agia internacionalmente, de acordo com a Polícia Civil do Paraná.

“Era uma quadrilha extremamente organizada para causar intenso sofrimento a esses animais”, afirmou o delegado Matheus Laiola, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente.

Na manhã desta segunda-feira (16), o delegado concedeu uma entrevista coletiva em Curitiba para detalhar a operação. Na ocasião, atualizou o número de presos para 41. No domingo (15), havia sido falado em 40 pessoas detidas.

“A gente encontrou uma cena muito chocante, porque no momento em que nós adentramos no recinto estava acontecendo o duelo. Dois cachorros estavam se pegando”, contou o delegado.

O delegado chegou a dizer que nos 13 anos que está na Polícia Civil nunca tinha visto uma situação como a encontrada na rinha. “Tinha cachorro morto, tinha cachorro machucado. Tinha cachorro que era morto e assado para eles comerem. Uma cena totalmente de terror”, destacou.

“Uma cena que marcou muito era que tinha um cachorro aqui de Curitiba que já tinha duelado, já tinha brigado. Na nossa frente, abaixou para urinar e era só sangue”, disse o delegado.

De acordo com o delegado, nenhum dos cachorros resgatados precisou ser submetido à eutanásia. “Quando a gente dava um pouco de água e um pouco de comida, eles ficaram desesperados, porque provavelmente fazia dias que não comiam nem bebiam nada”, afirmou.

“Eles estavam passando muita fome e muita sede, porque eles tinham que ficar estressados para a luta”, explicou o delegado.

As apostas

As apostas eram feitas fisicamente, ali no local, e também pela internet – no mundo inteiro, conforme o delegado.

“Era uma rinha internacional. Ano passado foi na República Dominicana, esse ano aqui no Brasil. Ano que vem provavelmente seria em outro país”, disse.

No local, segundo o delegado, a Polícia Civil de São Paulo apreendeu R$ 47 mil.

Animais selecionados geneticamente

De acordo com o delegado, tem cachorro avaliado em R$ 200 mil. Laiola explicou que os animais foram selecionados geneticamente e treinados para as brigas.

“A gente tem informação de cachorro correndo em esteira, fazendo natação. Dificilmente, um cachorro desse volta a ter um convívio com outros animais”, afirmou.

Denúncia anônima

Laiola disse que a investigação começou depois de a Polícia Civil do Paraná receber uma denúncia anônima sobre um criador e um treinador de pit bulls de Curitiba e de São José dos Pinhais, que fica na Região Metropolitana da capital paranaense.

“Descobrimos o dia que seria o evento e monitoramos o veículo dos suspeitos”, afirmou o delegado.

A Polícia Civil chegou à rinha na noite de sábado (14).

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