Defensora do meio ambiente morre ao tentar salvar cão em Brumadinho
Um desastre com as dimensões do provocado pela Vale em Brumadinho não dá a percepção exata das histórias das pessoas mortas e seus familiares.
Entre os
Entre os 99 vitimados pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão estão turistas, aposentados, donos de sítios e trabalhadores da mineradora.
Sirlei Brito Ribeiro, de 47 anos, é uma defensora do meio ambiente e ao invés de se salvar do mar de lama com rejeitos tóxicos, resolveu buscar a cadela de estimação. Não deu tempo. A mulher acabou dragada pela montanha de entulhos.
O velório de Sirlei gerou comoção enorme entre os moradores de Brumadinho. Seu corpo foi velado na Câmara Municipal na manhã de quarta-feira (30). Os vizinhos a descreveram como uma pessoa com vontade de ajudar.
Ela vivia há 500 metros da barragem. De acordo com o jornal Extra, Sirlei conversava todos os dias com funcionários da Vale e estava à frente de abaixo-assinados contra os impactos gerados pela Mina. Eduardo Toscano, destaca o amor de Sirlei pelos animais e o meio ambiente.
“Ela estava em casa com um jardineiro e uma empregada. O jardineiro nos contou que eles ouviram o barulho e viram a lama vindo. Correram. Mas ela voltou. Acreditamos que tenha ido buscar a cachorrinha. Era muito apegada”, diz o cunhado de Sirlei.
O marido de Sirlei é um engenheiro e ex-funcionário da Vale. Ao sair da empresa, mergulhou de cabeça na defesa do meio ambiente ao lado da esposa. O que não faltavam eram reclamações sobre o excesso de velocidade dos caminhões ou a poeira incessante.
Segundo contam os moradores, Sirlei ficou paralisada quando percebeu que precisava escapar com rapidez. O corpo da advogada foi identificado pelo Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte.
Brumadinho deixou feridas incuráveis nos moradores da cidade 77 km distante de BH. O Corpo de Bombeiros já confirmou 99 mortos, sendo 57 corpos identificados. São 259 desaparecidos. 176 conseguiram escapar com vida.
Retirado: Hypeness