Como uma foto pode mudar o destino de um cão
Há cerca de um ano, quando um pitbull adulto e sem teto cruzou o seu caminho com o Abrigo de Controle Animal de Tangipahoa, em Lousiana, os funcionários do local sabiam que iriam enfrentar um desafio.
Conhecidos como “raças de briga”, pitbulls podem ser especificamente difíceis de serem adotados devido a percepção do público de sua suposta agressividade. Esse cão em particular tinha ainda mais um desafio: uma deformidade nas duas patas dianteiras.
Para animais como ele e com suas características, as chances são pequenas ou nulas de não serem eutanasiados. Mas para casos de sorte como o dele, o serviço de Nanette Martin pode fazer a diferença entre a vida e a morte. Fotógrafa profissional, Martin é co-fundadora do Shelter Me Phothography, um grupo sem fins lucrativos que é especialista em fotografar animais que vivem em abrigos, assim possibilitando uma chance melhor na adoção. Desde 2001, Martin fotografou mais de 5,000 animais, aumentando significantemente os números de adoções e visitas no abrigo, uma vez que as fotos são postadas.
Como muitos outros animais, ter sua foto tirada foi o que faltava para que esse pitbull achasse um lar. A foto foi vista pelo Fur Angel Animal Sanctuary, um grupo de protetores de Indiana, Estados Unidos, que serviu como lar temporário. E foi nesse período que ele achou sua futura casa.
“Quando eu vi a foto, ele parecia estar dizendo. ‘Esse sou eu. Você não vai me dar uma chance?’ ” disse Monica Kaskey, sua tutora. Ela e sua parceira Sarah Grey já tinham dois cachorros, um Dálmata mix e um Pastor Australiano, mas viram algo especial naquela foto do Facebook.
“Sarah disse, ‘Nós precisamos dele!’, e então fomos com tudo”, disse Kaskey. Ela tem um ponto fraco para cachorros que “outros não quiseram” e faz muito trabalho em prol ao salvamento de cães. Apesar dela ver centenas de fotos de cachorros em seu trabalho, há uma qualidade única nas fotos de Martin que de fato se sobressai.
“Nanette trabalha duro nessas fotos; elas são como um novo conceito. Elas capturam a personalidade dos cachorros, muito mais do que uma foto com eles atrás de grades com medo, nervosos ou se escondendo,” afirma Kaskey.
Desde que adotaram o Zulu – um nome escolhido porque o pitbull é um guerreiro lutando contra as chances do mundo – Monica e Sarah não poderiam estar mais felizes. Elas têm aprendido a trabalhar com sua deformidade e enquanto sua perna dianteira esquerda não é funcional, ele ganhou uma prótese para seu pé direito dianteiro para ajudar a carregar o peso.
“Nós estamos procurando rodas que possam ajudá-lo a correr e andar sem dor”, diz Kaskey. Toda a dificuldade não impediu Zulu de ajudar o próximo. Ele trabalha como embaixador da Brew City Bully, um grupo que busca conscientizar a população sobre pitbulls. Zulu visita regularmente escolas e shows de cachorros para ajudar a educar o público sobre temperamento gentil da raça. Um embaixador ideal, ele mostra por exemplo o que pode acontecer quando se une sorte e pessoas como Martin, que têm paixão em ajudar cachorros necessitados.