‘Tinder’ para cachorro ajuda a você adotar o animal ideal
ONGs e abrigos de animais abandonados costumam enfrentar dificuldades para encontrar novos donos para os cães. Buscando solucionar esse problema, a startup DogLikers desenvolveu um aplicativo em que pessoas interessadas em adotar encontram uma grande variedade de cães à espera de um novo lar. Na prática, o app funciona como um “Tinder” para quem quer adotar um pet.
Em dois meses no ar, o Au.dote conta com mais de 15 mil downloads e 1500 cães cadastrados de 22 ONGs diferentes pelo Brasil. Devido à burocracia comum dos processos junto aos abrigos para animais, o número de adoções concretizadas é reduzido: 5 cães já encontraram uma nova casa. Segundo Gustavo Monteiro, sócio fundador da startup, a expectativa é de que 30 novos donos encontrem seu animal de estimação através do aplicativo até o fim do ano.
O empreendedor explica que o objetivo é criar um facilitador para quem deseja adotar um novo animal. “Queremos mudar essa cultura de adoção. Antes, para adotar um cão era necessário entrar em uma longa fila, ou recolher algum animal da rua. Com o aplicativo, o usuário pode sentar com sua família e escolher o animal que mais se enquadra no que deseja”, afima Monteiro.
Do carinho por cães ao empreendedorismo
A DogLikers surgiu em 2013 após os três sócios, Bruno Queiroz, Gustavo Monteiro e Cadu Betti, se darem conta do carinho especial de todos pelo mercado de pets durante um MBA que cursavam juntos. Sem abrir mão dos empregos nas áreas de marketing e publicidade de grandes empresas, os três amigos fundaram a startup e lançaram o primeiro produto, a LikeBox.
No formato de clube de assinaturas, os clientes da LikeBox recebem mensalmente em suas casas produtos variados e personalizados de acordo com a raça, porte e idade de seus cães. “Fizemos um investimento de R$ 300 mil na LikeBox. O produto foi muito bem aceito e temos cerca de 200 clientes em atividade, porém a rentabilidade não é tão grande”, afirma. A empresa fatura cerca de R$ 250 mil anualmente com o clube de assinaturas para pets.
A boa adoção do mercado ao produto fez com que os sócios se engajassem na ideia de criar uma segunda solução inovadora para os amantes do mundo animal. Utilizando o lucro gerado pela LikeBox, nasceu o projeto que daria origem, mais tarde, ao Au.dote.
Bom para os cachorros e para as Ongs
A ideia inicial dos empresários era dar vida a uma espécie de “Tinder canino”, onde os donos cadastrariam seus mascotes em busca do par perfeito para procriar. A proposta esbarrou em um problema vividos pelas ONGs. “Conversando com elas percebemos que estaríamos promovendo a reprodução desregulamentada, o que acabaria gerando o abandono de animais. Ao invés de gerar mais problemas, buscamos uma forma de ajudar esses 20 milhões de cães abandonados no Brasil”, diz Monteiro, se referindo a uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde.
A solução encontrada foi fazer um segundo investimento em tecnologia para adaptar o “Tinder canino”, que já estava praticamente pronto, e transformá-lo no Au.dote. No total, a empresa destinou R$ 150 mil ao processo de desenvolvimento do app e estuda a melhor maneira de rentabilizá-lo. “Estamos em busca de parceiros para o projeto. A princípio, nossa ideia é vender os direitos de nome do app para alguma empresa do ramo que se identifique com a causa”, afirma.
Segundo Monteiro, o produto foi feito a quatro mãos com as ONGs e uma nova funcionalidade do app está sendo desenvolvida para solucionar outro problema dessas organizações. “Além da dificuldade de encontrar pessoas interessadas em adotar os cães, percebemos que as ONGs enfrentam problemas para se sustentar financeiramente. Nos próximos meses lançaremos uma nova versão onde será possível realizar doações em dinheiro para ajudá-las a se manter”, afirma.