Polícia recupera dois beagles do Instituto Royal
Dois cachorros da raça beagle foram recuperados pela polícia de São Roque, interior de São Paulo, na tarde deste de hoje, dia 19. Duas fêmeas foram encontradas por moradores no bairro do Carmo e encaminhadas até a delegacia da cidade. Os animais fazem parte do grupo de 178 cães retirados do Instituto Royal, que faz pesquisas para a área farmacêutica, por ativistas que invadiram a sede da entidade na madrugada desta sexta-feira, dia 18.
Pessoas que forem encontradas com os animais retirados do centro de pesquisa poderão ser indiciadas por furto ou receptação de material furtado. Essa informação foi dada nesta sexta-feira (18) pelo delegado seccional de Sorocaba Marcelo Carriel. “É receptação de objeto furtado. Não precisa ser venda para caracterizar o crime, pode ser doação também. As pessoas ficam comovidas com a situação e não se dão conta de que podem ser processadas, já que o instituto provavelmente vai tentar reaver os cães”, explicou.
O crime de receptação está no artigo 180 do Código Penal: “Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influi para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte”, diz o texto. A pena prevista é de 1 a 4 anos de prisão.
Durante a madrugada desta sexta-feira, 178 cães da raça beagle e sete coelhos foram retirados da empresa por cerca de 100 pessoas que invadiram o prédio. Ativistas que participaram da invasão ao laboratório do Instituto Royal, que fica em São Roque, a 59 km de São Paulo, mostraram ao G1 sinais que, segundo eles, apontam para indícios de maus-tratos nos animais. Entre as marcas estão línguas cortadas, picadas para testes e vermelhidão nas orelhas, apontam os defensores dos animais. Os sinais, de acordo com os ativistas, são resultados dos testes desenvolvidos para as indústrias cosméticas e farmacêuticas.
O diretor científico do instituto, João Antônio Pegas Henrique, rebateu a acusação dos ativistas. “Aqui nossos animais não sentem dor. Não é feito nenhum tipo de teste com crueldade. Seguimos todas as normas da Comissão de Ética no Uso de Animais, além de termos a supervisão do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal”, diz.
Segundo João Antônio, os animais são submetidos a testes com pomadas e medicamentos aplicados por via oral e intravenosa. “Não fazemos nenhum teste invasivo com animais vivos. Na internet circulou informação de que foram encontrados animais decepados, sem olhos, isso não existe aqui.”
Informações G1