Cão de enfermeira com ebola é sacrificado

Cão Excalibur é sacrificado e gera protesto na Espanha Foto: Pedro Armestre / AFP
Cão Excalibur é sacrificado e gera protestos na Espanha
Foto: Pedro Armestre / AFP

O cão da auxiliar de enfermagem espanhola infectada com o vírus ebola foi sacrificado nesta quarta-feira por decisão das autoridades. Excalibur, como é chamado o cachorro, foi protagonista de uma petição na página na internet, que registrava na tarde desta quarta-feira 374 mil assinaturas. Nela, era pedido que fosse colocado em quarentena ao invés de ser sacrificado, destacando que não se tratava apenas de um animal, mas de “um membro da família”.

Sua dona, uma auxiliar de enfermagem de 44 anos, foi hospitalizada na segunda-feira depois de ser diagnosticada com ebola. Ela fazia parte da equipe médica que tratou de dois missionários espanhóis, repatriados da África, que morreram com a doença em Madri, em 12 de agosto e em 25 de setembro, respectivamente.

O marido da paciente também tentou impedir que sacrificassem o animal. Ele enviou uma mensagem à associação Amigas X Los Animales (AXLA) por meio de amigos e pediu que divulgassem nas redes sociais. No texto, o homem relatava que o governo de Madri queria sacrificar seu cachorro à força. A postagem feita pela página do grupo de proteção aos animais no Facebook foi grande, sendo ampliada por outras instituições.

O governo regional de Madri alegou que o cachorro representava “um possível risco de transmissão da doença para o homem”. O comunicado emitido pelo governo explica que “o animal foi sedado para evitar sofrimento”.

O serviço de Saúde do governo de Madri se justificou dizendo que os cães podem ser portadores do vírus, sem apresentar os sintomas da doença. — Não existe garantia de que os animais infectados não eliminam o vírus através de seus fluidos orgânicos, com risco potencial de contágio — acrescenta o texto.

A febre hemorrágica provocada pelo vírus ebola matou mais de 3,8 mil, em mais de 8 mil casos detectados em cinco países do oeste da África (Serra Leoa, Guiné, Libéria, Nigéria e Senegal), segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), realizado até 5 de outubro e publicado nesta quarta-feira, em Genebra (Suíça), onde fica a sede da entidade.

A eutanásia do cão gerou protestos de ativistas de defesa dos animais em frente à casa da paciente. Ativistas de defesa dos animais tentaram evitar a captura de Excalibur, protagonista de uma campanha de apoio nas redes sociais.

Manifestantes carregavam cartazes com os dizeres "Excalibur, o mundo está com você" Foto: Curto De La Torre/AFP
Manifestantes carregavam cartazes com os dizeres “Excalibur, o mundo está com você”
Foto: Curto De La Torre/AFP

Texto retirado do Zero Hora

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *