Animal não é brinquedo
Não dê animais para seus filhos, sobrinhos ou amigos no Dia das Crianças. Animal não é brinquedo. Eles sentem fome, sede e frio. Ficam doentes, precisam passear, tomar banho, e de vacinas. Filhotes fazem bagunça, comem objetos e crescem. Sejam cachorros, gatos, peixes, pássaros, roedores, não importa: eles necessitam de atenção, têm uma vida e, como toda vida, exigem cuidados e uma boa dose de sacrifícios. Ter um bichinho de estimação requer uma tomada de decisão consciente, assim como mudar de emprego, casar ou ter um filho. É uma relação que tem de ser feita para durar.
Pense bem, e com responsabilidade, antes de levar uma vida para a sua casa.
atualmente existem cerca de 500 milhões de cachorros abandonados no planeta Terra, segundo a Sociedade Mundial para Proteção dos Animais. Cerca de 70% vão morrer sem cuidados e com doenças, como tumores, cinomose e até raiva. Depois de abandonado a estimativa é de que ele morra após 2 anos, seja por doença ou atropelado. Na rua o animal fica vulnerável a agressões, fome e frio. Por isso, antes de comprar um animal, pense em adotar um. Existem cães lindos para adoção em diversos CCZs e ONgs em todo país.
Pais que pretendem dar um bicho de estimação para as crianças no próximo Dia das Crianças devem tomar muito cuidado ao decidirem comprar um animal para o seu filho, seja ele um cão ou gato.
Além de precisarem pensar nos custos que terão para adquirir e manter o animal, é necessário debater se o novo integrante da família terá qualidade de vida ao conviver com a criança, que terá de desenvolver um senso de responsabilidade para cuidar do animal.
A data comemorativa é um grande impulso nas vendas de pets em lojas especializadas. No entanto, segundo especialistas ouvidos pelo G1, a compra deve ser feita com responsabilidade para que se evite o abandono de animais.
Bonito, mas não tão barato
Pensar nos gastos também será necessário. Se a família optar por um pet da raça poodle, ele terá de desembolsar cerca de R$ 2 mil pelo filhote e se preparar para um gasto médio anual de R$ 1.400, referente a alimentação, banhos quinzenais e aplicação de vacinas contra viroses, gripe, raiva e giárdia (um tipo de protozoário). Além de que o dono terá que cumprir alguns “protocolos de sobrevivência”, entre eles o de passear com o cachorro ao menos duas vezes ao dia, por exemplo.
Se o escolhido for um cão de porte maior, como um golden retriever, um filhote chega a custar pelo menos R$ 2.500, e os gastos anuais aumentam podem aumentar cerca de R$ 3.600. Por ser um animal de grande porte, a quantidade de comida e o gasto com banhos em pet shop são maiores.
Ter um gato pode ser mais econômico e menos trabalhoso do que ter um cão. No entanto, os cuidados são os mesmos.
Se já está decidido que a criança ganhará um animal. Adote um cão ou um gato. Eles são tão carinhosos e inteligentes quanto os de pedigree. Pense nisso!
Senso de responsabilidade
O médico-veterinário Rodrigo Filippi Prazeres recomenda que os pais estudem muito bem antes de dar um animal para os filhos. Ele afirma ainda que o ideal é que este “presente” seja dado para crianças que tenham, no mínimo, dez anos.
Ele afirma que ter um bicho estimula o senso de responsabilidade nas crianças, com melhorias psicológicas, além de contribuir para aumentar a resistência imunológica e reduzir o estresse. No entanto, Prazeres complementa dizendo que “animal não é brinquedo”, portanto, deve ser respeitado e protegido por seus proprietários.
Ele explica ainda que é necessário avaliar o espaço onde o bicho de estimação vai ficar, quem vai cuidar das suas necessidades fisiológicas e também pensar a longo prazo, quando o pet crescer. “É uma responsabilidade de ao menos uma década”, explica.