O mistério da morte de Nina

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Nina era uma pastora-alemã forte, brincalhona, que não gostava muito de comer ração – preferia a comidas humana cozida – do Daniel Roma, leitor do 6 Patas.

Ativa e curiosa, Nina amava revirar plantas do jardim da casa de Daniel e, de vez em quando, comer uma florzinha, uma folhinha. Coisas normais para um cachorro que vive em uma casa. O que é importante saber é que os cães selvagens, por necessidade, ao longo de milhares de anos, habituaram-se a comer tudo da natureza para garantir a sobrevivência. Como caçadores, os cachorros devoravam a sua presa por inteiro. Por isso, muitas vezes, os cães comiam ainda tudo que estava no estômago da presa, que não era necessariamente carne. Por isso, ao contrário do que se pensa, muitas vezes, os cachorros não são apenas carnívoros na sua origem.

Mas voltando para a história da cadela, no dia 27 de março deste ano, um dia após completar dois anos de vida, Nina foi envenenada.

Era uma sexta-feira típica, quando Nina apareceu babando, vomitando e com convulsões. Correndo, ela foi levada ao veterinário que diagnosticou o envenenamento.

Mas do quê? Por quê?

Dias antes, Daniel precisou colocar em casa uma ratoeira adesiva, conhecida também como ‘cola pega ratos’ ou ‘papel pega ratos’. Trata-se de uma ampla folha de papel com uma enorme quantidade de cola com alimentos, que servem como iscas, no meio. Será que Nina teve contato com o veneno? Será que ela comeu alguma planta tóxica? Será que alguém a envenenou? Essas perguntas não saíam da cabeça de Daniel enquanto ele tentava salvar sua cachorra.

Os exames não apontaram nada, nenhuma pista do que podia ter acontecido com a Nina. Mesmo com os resultados satisfatórios dos exames, o veterinário alertou que Nina poderia ter algumas sequelas neurológicas e que poderia desenvolver epilepsia, que traz espasmos e convulsões.

Na madrugada do dia 15 de abril, uma quarta-feira, Nina teve uma crise convulsiva. Foi levada novamente ao veterinário, que fez novos exames, e nenhum problema apareceu mais uma vez. Uma semana mais tarde, porém, Nina começou a babar sem motivo aparente. Não convulsionava, nem teve ataques epiléticos, como previsto pela veterinária.

No dia 24 de abril, de novo na madrugada, Nina teve um forte ataque epilético, com espasmos e convulsões. Ela não resistiu e morreu.

Daniel pediu ao 6 Patas que publicássemos a história de Nina para que o envenenamento dela não ficasse em vão. Não se sabe o que envenenou Nina. Por isso, se você tem um cachorro, tome cuidado. Como crianças, eles são rápidos e fuçam em tudo.

O Animal Poison Control Center (APCC) – que pode ser traduzido para o português como Centro de Controle de Animais Envenenados – da American Society for the Prevention of Cruelty to Animals (ASPCA), ou Sociedade para a Prevenção de Crueldade contra Animais, recebe por ano cerca de 180 mil casos de animais expostos a substâncias tóxicas. O maior número de casos de envenenamentos foi em relação a remédios humanos, como medicamentos para coração, antidepressivos e outros do dia a dia, como o paracetamol.

Em segundo lugar, o maior caso de envenenamentos em cães acontece com inseticidas e produtos de limpeza, seguido de ingestão comidas humanas, plantas e veneno para ratos. A recomendação é que você guarde todos esses produtos longe do seu animal e, quando for manuseá-los, faça isso longe dele.

A coisa mais importante é você identificar um envenenamento. Caso você veja um animal com baba grossa e excessiva, vômitos, diarreia, dor abdominal, tremores, nervosismo, convulsões, e cheiro de algum produto químico no corpo, corra para um veterinário. Cada minuto é muito importante para salvá-lo.

A equipe do 6 Patas agradece ao leitor Daniel Roma pelo compartilhamento da história de Nina.

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