Cães abandonados são mortos para “limpar” cidades russas que sediarão a Copa 2018
Ativistas pelos direitos animais estão denunciando o extermínio de cães em situação de abandono para a realização de uma “limpeza urbanística” nas 11 cidades que sediarão partidas da Copa do Mundo de 2018. A disputa será realizada entre os dias 14 de junho e 15 de julho.
Eles afirmam que os animais estão sendo mortos a tiros e recebendo injeções letais. A operação teve início após o vice-primeiro-ministro russo, Vitaly Mutko, afirmar que o país tem aproximadamente dois milhões de cães em situação de rua e que os responsáveis pelas cidades anfitriãs devem tomar medidas “humanas” para solucionar o problema.
O chefe do comitê de proteção ambiental da câmara de deputados, Vladimir Burmatov, enviou uma carta ao ministro dos Esportes alertando sobre a crueldade cometida contra os animais que está tomando repercussão internacional.
Ele fez um apelo pelo incentivo de campanhas de esterilizações, adoção e acolhimento em abrigos. O parlamentar fez um paralelo econômico e afirmou que manter os animais vivos não é mais custoso do que condená-los à morte e que tratar os cães com respeito, além de ser uma prova de civilidade, é um fato importante para a imagem do país.
“Não somos selvagens que assassinam em massa animais abandonados, jogando seus corpos ensanguentados em camiões dirigidos pela cidade”, finalizou.
O pedido foi atendido. O ministro dos Esportes foi receptivo e enfatizou a importância de repercussões positivas. Ele emitiu uma ordem solicitando a todas as cidades sedes que utilizem métodos humanitários para o controle populacional de cães em situação de rua.
O abandono de animais na Rússia é um problema crescente e antigo. Apesar dos esforços de ativistas e protetores, existe recusa da população na esterilização dos animais. Há também negligência e indiferença do poder público para a realização de políticas em prol dos animais.