Cadela é envenenada 2 vezes, mas sobrevive
A cadela Nina é uma das sobreviventes de um possível ataque me série de envenenamento que a cidade de Vera Cruz, interior de São Paulo, está passando. Na semana passada, o animal foi socorrido duas vezes intoxicada por chumbinho. Desde o ano passado, pelo menos vinte cães e gatos já morreram por envenenamento, segundo a ONG Adote Animais. Ainda não há qualquer pista de suspeitos do crime.
O funcionário público Ari Pereira conta que sua cachorra sobreviveu aos ataques que estão acontecendo na cidade porque ele voltou para casa e a viu passar mal a tempo de levá-la ao veterinário. “Nós voltamos e ela estava aqui no quintal babando. Então corremos para o veterinário. Ela ficou internada até quinta-feira e na sexta-feira ela estava babando novamente e corremos de novo para o veterinário”, lembra.
O medo de outro envenenamento fez com que o dono parasse de soltar a nina. Ari encontrou os alimentos com veneno e enterrou, mas os casos continuam aparecendo em Vera Cruz. Um dos gatos da dona de casa Jaqueline Oliveira também foi envenenado e ela conseguiu salvar o animal. “Ela só sai na calçada de casa. Ela entrou passando mal. Eu desconfiei que fosse envenenamento e a levei no veterinário, ai consegui salvá-la”, conta.
Mas o gato da cabelereira Adrieli Garcia não teve a mesma sorte. Quando ela chegou em casa, o bicho já estava morto. O envenenamento foi em outubro do ano passado, um dos primeiros da matança de animais em série. “Era um gato saudável, castrado. Quando cheguei, ele já estava morto, não deu tempo de levar no veterinário, foi um dos primeiros casos. A gente não sabe o que aconteceu ou quem foi”, lamenta.
Segundo a ONG Adote Animais, de Marília, do fim do ano passado até agora, foram 20 animais mortos por envenenamento. Em todos os casos, o criminoso usou um pedaço de linguiça com veneno, conhecido como chumbinho, segundo a integrante da ONG, Fernanda Costa, que guardou pedaços dos alimentos.
A ONG já registrou boletins de ocorrência, mas até agora, as investigações não evoluíram, já que ninguém tem suspeito. “A gente fez registro de boletim de ocorrência, mas ficou em aberto porque a gente não sabe quem está fazendo. Temos apenas suspeitas”, explica Fernanda.
Enquanto ninguém descobre quem é o autor dos crimes, a população de Vera Cruz busca um jeito de fazer com que os envenenamentos parem de acontecer. Agora tem até campanha de conscientização na rádio comunitária da cidade. Pelo menos duas vezes por dia, os locutores falam da matança dos animais.
Os crimes mudaram a rotina também do veterinário Juliano Marini que em uma semana atendeu 10 animais envenenados. Ele conseguiu salvar quatro deles. Segundo ele, assim que os sintomas foram identificados, o tratamento deve começar. “Quando o animal começa andar cambaleando, diarreia, vômitos, convulsões. Quanto mais rápido levar em uma clínica, melhor.”